

1. Desejo de ter filho e planejamento familiar: Continuação da vida
Onde posso buscar mais informações?
E se eu e meu parceiro/minha parceira decidirmos por não ter filhos?
E se eu e meu parceiro/minha parceira decidirmos por ter filhos?
Quais são as alternativas para ter filhos biológicos de forma segura?
Esta cartilha educativa foi construída com o objetivo de fornecer recomendações gerais e práticas de hábitos saudáveis que promovam a saúde e qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV/aids.
Sua elaboração é resultado de um estudo científico (dissertação de Mestrado) denominado “Construção e Validação de cartilha Educativa com enfoque na saúde e qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV/aids”. É a concretização de um sonho de muitas pessoas, que diante o viver com HIV/aids gostariam de ter um material de apoio que pudessem levar para casa e ler mais tranquilamente.
Nós enfermeiras, equipe de saúde e pessoas que vivem com HIV/aids construímos juntos esta cartilha, na expectativa que ela seja um instrumento de apoio no cuidado a saúde e promoção de qualidade de vida as pessoas que vivem com HIV/aids, trazendo informações que possam sanar dúvidas e despertar escolhas na transformação das práticas cotidianas, encorajando as pessoas que vivem nesta condição a ser tornarem agentes de mudança e protagonistas de sua história.
Dividida em 5 volumes, a cartilha buscou abordar temas de acordo com as experiências, necessidades e demandas na perspectiva das pessoas que vivem com HIV/aids, trazendo informações baseadas nos resultados dos estudos científicos e recomendações do Ministério da Saúde, afim de ajudar você a obter informações que possam contribuir na adesão ao tratamento mas, sobretudo na tomada de decisão para fazer suas escolhas sobre como viver melhor com o HIV/aids de maneira a alcançar saúde e qualidade de vida. Para tanto, utilizamos linguagem de fácil compreensão, no formato de pergunta/resposta.
Ao longo deste material você encontrará caixas coloridas com orientações nas cores do semáforo (amarelo, verde e vermelho). Preste muita atenção, a caixa em amarelo significa uma informação muito importante; vermelho uma orientação para você refletir e verde uma recomendação que você deve seguir para melhorar ainda mais sua qualidade de vida frente a uma determinada situação.
Encontrará também fotografias ilustrando os temas abordados. É importante destacar que todas as fotografias são meramente ilustrativas, construídas com a participação de profissionais do serviço de saúde, alunos, amigos e colaboradores da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto.
Dessa maneira, a expectativa é de que este material, por meio de orientações, auxilie você na adoção de um estilo de vida saudável, buscando promover melhoria da qualidade de vida sem proibir suas escolhas e opções.
Procure ler sempre que tiver dúvidas ou precisar retomar alguma informação de como viver melhor com HIV/aids.
Ressaltamos que esta cartilha não pretende resolver todas as dúvidas que você possa ter e não se destina a substituir o aconselhamento e o diálogo com seu médico ou equipe de saúde, ao contrário, queremos estimular você a buscar sempre mais informações, contando também com o apoio e orientação da equipe de saúde nesta caminhada.
Acreditamos que com a adoção de hábitos saudáveis sua qualidade de vida pode melhorar e sua saúde ficar cada vez mais forte. O nosso compromisso é apoiar e ajudar você a fazer escolhas conscientes.
Caso você tenha dúvidas que não se encontram neste material, não hesite em perguntar a equipe de saúde e entrar em contato conosco, para serem acrescidas às edições posteriores.
Você pode mandar as dúvidas pelo email: giselle.nana@gmail.com.
Deixamos aqui, registrados, nossos mais sinceros agradecimentos a todos que, de uma forma ou de outra, colaboraram para o desenvolvimento deste material. Em especial aos pacientes Ruy Rego Barros e Maria Rita Alves Lemes, que desde o início não hesitaram em dar seu depoimento de vida e participar das sessões de fotos mostrando seus rostos, representando todas as pessoas que vivem com HIV/aids.
Giselle Juliana de Jesus | Renata Karina Reis
Qualidade de vida é definida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
Podemos dizer que ter qualidade de vida de maneira geral envolve um bem-estar físico, mental, psicológico e emocional, ter um nível de independência como cuidar de si mesmo, manter relacionamentos sociais, como família e amigos, e também a saúde, a educação, espiritualidade, religião e crenças pessoais como outros aspectos que afetam a vida humana.
Para alcançar uma boa qualidade de vida, você deve manter ou incluir hábitos saudáveis no seu dia-a-dia, como: Ter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios, manter relacionamentos saudáveis, cuidar da sexualidade, tirar um tempo para o lazer e vários outros hábitos que façam você se sentir bem.
Em poucas palavras é preciso ter um bom estilo de vida!
A seguir você encontrará orientações importantes para elevar sua qualidade de vida e o seu bem estar.
Boa Leitura!
Os casais que vivem com o HIV/aids, independente do seu parceiro/sua parceira ter ou não também o HIV devem procurar o aconselhamento reprodutivo. Este é um direito sexual e reprodutivo que garante a sua livre decisão sobre ter ou não filhos. O aconselhamento reprodutivo existe para informar, orientar você quanto a todos os recursos que existem, tanto para auxiliar você a ter filhos, ou seja, recursos para a concepção, quanto para prevenir uma gravidez indesejada, ou seja, recursos para a anticoncepção.
É fundamental que se você e seu parceiro/sua parceira assim como outros casais que não desejam ter filhos recebam orientações adequadas sobre o melhor método contraceptivo a ser adotado pelo casal a fim de evitar gravidez indesejada e garantir o direito de escolha reprodutiva de vocês.
Se você e seu parceiro/sua parceira desejam ter filhos biológicos (de sangue), a primeira coisa que precisam fazer é conversar com a equipe de saúde que te acompanha, sobre a intenção de vocês. Este é o primeiro passo para que você e seu parceiro/sua parceira possam pensar em ter um filho com segurança, afinal existe o risco de transmissão do HIV tanto para seu parceiro/sua parceira caso não tenha o vírus, quanto para o bebê. Vocês receberão orientações específicas sobre os cuidados necessários desde o planejamento da gravidez, o pré-natal, o parto e os primeiros meses de vida do bebê.
Muitas mulheres com HIV/aids tentam engravidar sozinhas e só depois que não conseguem é que buscam ajuda. Não faça isso! Tentar engravidar sem orientação ou planejamento é oferecer um risco ainda maior para seu parceiro/sua parceira, caso ele/ela não tenha HIV/aids, além de aumentar as chances de transmitir para o seu bebê.
No caso de casais em que ambos são soropositivos ou apenas o homem possui HIV, é feita a lavagem de esperma (técnica que separa o espermatozoide do HIV e outros vírus), para que o material apresente carga viral indetectável. Em seguida é realizada a inseminação artificial (técnica que injeta espermatozoides dentro do útero da mulher, no seu período fértil). Já quando ela (mulher) é quem vive com HIV, o que precisa ser feita é a etapa da inseminação.